Novembro Roxo: Recomendações da SBUS e SOBRAMEF sobre a prevenção do parto prematuro

 

Novembro é o mês oficial de alerta sobre os riscos do parto prematuro, em especial o dia 17 quando é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade. Neste sentido, a Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS) e a Sociedade Brasileira de Medicina Fetal (SOBRAMEF) se engajam no propósito de sensibilizar os médicos, as gestantes e os serviços de saúde a adotarem medidas que possam reduzir a incidência do parto prematuro, suas graves repercussões à saúde materno-fetal e seus impactos econômicos, sociais e emocionais.

Aproximadamente 1 milhão dos recém-nascidos morrem por ano devido ao parto prematuro. Destes, mais de 75% dos casos poderiam ser prevenidos sem necessidade de cuidados intensivos¹. A Prevenção do Parto Pré-Termo (PPT) é um problema de saúde pública e um dos maiores desafios da medicina perinatal. A prematuridade é um dos principais problemas de saúde no período perinatal, constituindo a causa mais importante de morbidade e mortalidade neonatal².
Denomina-se parto prematuro a interrupção da gravidez antes de 37 semanas (FIGO, 1976). Cerca de 90% das mortes perinatais ocorrem por parto prematuro, insuficiência placentária e defeitos congênitos.

Fatores de risco de PPT:

  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Infecção;
  • Colo curto;
  • Malformações uterinas;
  • Antecedentes de cirurgia no colo;
  • Antecedente de PPT;
  • Incompetência ístimo cervical;
  • Gemelaridade polidrâmnio.

 

A SBUS e a SOBRAMEF recomendam a todos os seus membros associados e membros de outras sociedades médicas:

  • Todas as gestantes devem ser rastreadas para parto pré-termo extremo com mensuração do colo uterino, pelo ultrassom endovaginal, no 5º mês de gestação, no momento do ultrassom morfológico;
  • Considerar 20mm como ponto de corte para caracterizar risco aumentado para PPT em gestação única e sem outros fatores de risco4;
  • Uso profilático de progesterona nas gestantes com risco de PPT e/ou com o colo curto;
  • Garantir que a avaliação de risco de parto prematuro se torne parte integrante na avaliação pré-natal e, no momento do exame morfológico do 2º trimestre (5º mês), o obstetra recomende à gestante o exame endovaginal para mensuração do colo uterino rotineiramente, em todos os serviços de saúde materna. A mensuração do colo uterino por via endovaginal deve ser considerada como padrão de qualidade do exame de ultrassom neste período.

 

 

Dr. Rui Gilberto Ferreira
Presidente da SBUS

Dr. Pedro Pires
Presidente da SOBRAMEF

 

Referências:

  1. Source: Blencowe et al National, regional and worldwide estimates of preterm birth rates in the year 2010 with time trends since 1990 for selected countries: a systematic analysis and implications
  2. Iams et al., 1988; Berkowitz e Papiernik, 1993; Goldenberg, 2002
  3. ACOG – Practice Bulletin Oct 2001
  4. Society for Maternal-Fetal Medicine Committee, Am J Obst Gynecol, 2012